Especialistas apontam o que devem ser temas quentes este ano.
Confira perspectivas para economia, meio ambiente, música e astronomia.
Devemos usar o celular cada vez mais na chamada "internet das coisas" e podemos acabar o ano de 2015 com uma promessa de que o aquecimento global será freado. Agora é torcer para acontecer o melhor de tudo isso.
"Os aparelhos inteligentes
vão começar
a entrar na
casa dos consumidores de forma silenciosa"
vão começar
a entrar na
casa dos consumidores de forma silenciosa"
Ronaldo Lemos
"Os aparelhos inteligentes vão começar a entrar na casa dos consumidores de forma silenciosa", diz Ronaldo Lemos, professor da Uerj e pesquisador do MIT Media Lab.
Também começa em 2015 o futuro que permitirá às pessoas deixarem a carteira em casa e sair apenas com o celular. Uma forte tendência para o ano são os pagamentos móveis, em que o usuários usa o smartphone para pagar de faturas e compras até a conta do bar.
Os especialistas apontam ainda que, em 2015, o Brasil deve avançar no uso da banda larga e da cobertura de celular de qualidade, reduzindo assim sua desvantagem em relação a outros países. O ano também deve ser marcado pela regulamentação da neutralidade de rede, prevista no Marco Civil da internet.
"Será um ano para ‘andar de lado'"
Álvaro Bandeira
“Será um ano para ‘andar de lado'. O governo terá menos capacidade para investir e, não investindo, as empresas vão postergar seus investimentos, que representam o mínimo necessário para se manter competitivas e rentáveis”, avalia o economista e sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.
Economistas preveem uma alta de no máximo de 1% do PIB (o Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país).
Gesner Oliveira, da Go Associados, projeta uma inflação de 6,3% em 2015, com o realinhamento “especialmente em tarifas de transporte urbano e energia, além de efeitos ainda incertos da desvalorização do real”.
"Os filmes não vão ser aquela comédia fácil da TV transportada para o cinema"
Paulo S. Almeida
“A geração nova de humoristas que vai chegar no cinema tem feito experiências na internet e tem uma base em stand up. Os filmes não vão ser aquela comédia fácil da TV transportada para o cinema”, diz Almeida. De modo geral, o humor continuará no topo.
“Prepare-se para isso continuar nos próximos cinco anos. É uma arma para enfrentar o cinema norte-americano, e não só no Brasil. Acontece na Argentina, na Espanha, na França e na Itália.”
Em sua lista de “promessas” de 2015, Almeida lista “Superpai” (“uma comédia muito interessante, com Rafinha Bastos e Danton Mello”); “Tudo bem quando termina bem”, de José Eduardo Belmonte; e “Um homem só” (“uma promessa bastante original de humor pelo que li do roteiro, e com Ingrid Guimarães e Mariana Ximenes”).
Foto: Cena de "Superpai" (Divulgação)
"O ano que vem será do funk da zoação"
Renato Barreiros
"O ano que vem será do funk da zoação", ele diz. Ele acompanha a cena de São Paulo, dirigiu no final de 2012 o documentário "Funk ostentação" e agora lança "Fluxo", sobre os bailes de rua. A aposta é nestas festas amadoras, embaladas por funkeiros que fazem letras bem humoradas sobre sexo, como os MCs Livinho, Pedrinho e Brinquedo, e os que incorporam personagens de terror, como MC Bin Laden.
"A realidade da época do funk ostentação mudou. Era um momento de bem estar econômico muito forte, e isso passou para a música. Hoje as pessoas não acham que vão comprar um Camaro. A galera está sem grana, e em vez de ir para um baile de casa noturna, acaba indo pra rua, com o som do carro e bebida comprada no mercado, no que se chama de fluxo ou pancadão", explica. "O grito hoje é funk de zoação. 'Vamos falar de sexo, vamos fazer a dança do passinho do romano, que é totalmente desestruturada.'", completa.
Foto: Divulgação
"Será preciso agora é tornar obrigatório esse ‘pagamento' [cumprimento de metas ambientais"
Tasso Azevedo
A mobilização em torno deste tema vai acontecer na conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 21, de 30 de novembro a 11 de dezembro, em Paris.
Para Tasso Azevedo, que elaborou um sistema paralelo ao do governo federal para estimar as emissões de gases-estufa do país, organizado pela Rede Observatório do Clima, a chance desse compromisso sair é grande. De prático em 2015, diz ele, deve ocorrer a divulgação das promessas dos países que incluem desde a diminuição da produção poluentes à contenção do desmatamento florestal.
“É como se fossem preencher uma ficha de aprovação para comprar um imóvel. Eles vão propor quanto podem pagar e em quanto tempo. O que será preciso agora é tornar obrigatório esse ‘pagamento’, o que deve acontecer com a aprovação do acordo."
Foto: AP
"Nunca uma sonda foi enviada a um alvo tão distante"
Gustavo Rojas
Quanto à exploração espacial, há duas missões que estão sendo aguardadas com bastante expectativa. Uma delas é a da nave americana New Horizons, que vai chegar a Plutão em 14 de julho. “Nunca uma sonda foi enviada a um alvo tão distante”, observa Rojas. Alguns meses antes, em abril, outra sonda americana, chamada Dawn, deve chegar ao planeta anão Ceres. “Vai ser uma oportunidade bem interessante ter, na mesma época, duas naves estudando o mesmo tipo de objeto: planetas anões.”
Foto: AP
"Os resultados já estão aparecendo"
Fernando C. Maluf
“Os resultados já estão aparecendo. Tem duas drogas, a anti-PD1 e anti-PDL1, que inibem o mecanismo que o tumor exerce de paralisar o ataque das células de defesa. Ou seja, elas permitem que o guarda atinja o bandido. Elas têm respostas em vários tumores que já foram refratários a linhas de tratamento – melanoma, câncer de rim, pulmão e bexiga – e provavelmente vão fazer parte do tratamento padrão dos tumores avançados em breve."
Outra área importante que deve se desenvolver, segundo Maluf, é a obtenção de diagnósticos cada vez mais precisos para pacientes que já foram operados e que não têm mais tumor visível. Muitas vezes, uma mulher com câncer de mama que tem as mamas retiradas recebe quimioterapia no pós-operatório para aumentar suas chances de cura. Testes mais precisos permitirão saber quais pacientes realmente precisam dessa terapia.
Foto: AP
"Avançaremos nas pesquisas rumo a uma vacina e medicamentos [contra a dengue]"
Érico Arruda
Ele lembra que há a previsão de um surto nacional de chikungunya simultaneamente ao problema da dengue, o que contribuirá para uma grande sobrecarga do sistema de saúde, principalmente no âmbito das emergências, já superlotadas. Segundo Arruda, as bactérias super-resistentes devem continuar a ser um problema nas infecções hospitalares e devem aumentar a mortalidade de pacientes em UTI. Como perspectiva positiva, ele cita a possibilidade de dar acesso pelo SUS ao tratamento mais moderno contra hepatite C.
Foto: Reuters
"Serão estimuladas pesquisas sobre as aplicações da luz"
Helena B. Nader
Helena acha preocupante a questão do financiamento da ciência para 2015. "Houve uma diminuição dos recursos para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e para o Ministério da Educação (MEC). Entendemos que é preciso apertar o cinto, mas não em ciência, tecnologia, inovação e educação, que são investimentos. Isso me preocupa
G1
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