terça-feira, 26 de agosto de 2014

Preparando o show

  Organizada e promissora, liga nacional de futebol dos Estados Unidos caminha para se estabelecer entre as maiores do planeta    
               
Jogo entre Manchester United e Real Madrid no Michigan Stadium reuniu 109.318 mil pessoas, o maior público já visto em um jogo de futebol nos Estados Unidos, no último dia 2 de agosto
       
A apresentação de Kaká pelo Orlando City, em julho deste ano, foi nada menos do que um aviso do futebol norte-americano aos centros tradicionais do esporte pelo mundo. Os Estados Unidos almejam patamares cada vez mais altos para seu campeonato nacional, a Major League Soccer (MLS). E, com largos investimentos em estrutura e qualidade do espetáculo, o país promete se estabelecer nos próximos anos como uma das maiores ligas do planeta. Números e estatísticas das últimas temporadas comprovam que a “nação que não gosta de futebol” (frase recorrente no senso comum) pode, sim, chegar lá.

Nos estádios estadunidenses, a frequência de espectadores impressiona. Os Estados Unidos detêm a oitava maior média de público do futebol mundial, com 18.845 torcedores. Na mesma lista, o Brasil aparece apenas em 18º com 12.941, segundo levantamento de 2013 feito pela Pluri Consultoria. Mesmo com nível técnico inferior ao do Campeonato Brasileiro, a MLS agrada em partidas bem organizadas, com boa estrutura das arenas e clubes dotados de poderio financeiro. Elementos capazes de construir o “show” sobre o esporte.

Os números mostram avanço favorável às quatro linhas do país. Atualmente, mais de 20 milhões de pessoas praticam o esporte nos Estados Unidos. O faturamento com produtos na temática do futebol já chega a US$ 900 milhões (R$ 2,1 bilhões). Em uma temporada, as 19 clubes participantes da MLS faturam na casa do R$ 1 bilhão. A estrutura atrai novos jogadores e propicia o crescimento da aceitação.

Com a ascensão da popularidade do ‘soccer’, para além do já estabilizado futebol feminino, os norte-americanos também vão tratando de visar o amadurecimento do modo de jogar dos seus atletas profissionais. Comandados pelo alemão Jürgen Klinsmann, a seleção dos Estados Unidos, com atletas que disputam a MLS, foi até as oitavas de final da última Copa mostrando nível promissor nas atuações. Para isso, o intercâmbio com países mais tradicionais tem sido fundamental. Clubes norte-americanos firmam parcerias com times ao redor do globo como Manchester City, Real Madrid e Cruzeiro. Em pré-temporadas, por exemplo, esses clubes vão aos EUA para amistosos. Bom para o marketing, mas também para aprendizados ligados ao nível técnico.

Na competição do próximo ano, além de Kaká, a MLS terá nomes de peso como David Villa e Frank Lampard, ambos do New York City. Os craques se juntam a uma liga que já tem Júlio Cesar (Toronto FC) e Thierry Henry (New York Red Bulls). Os personagens carimbados fazem parte da estratégia de alavancar a importância do campeonato. Chamar ainda mais atenções de investidores e público, além de amplificar a qualidade da disputa. Os cartolas boleiros dos EUA avistam ter no futebol o mesmo sucesso alcançado no basquete (NBA) ou futebol americano (NFL).

21 clubes participarão da MLS em 2015. Até então, 19 equipes formavam a liga superior nos EUA.

8ª maior média de público do futebol mundial é dos EUA, com 18.845. Brasil está em 18ª nesta lista.

313 dos 543 atletas da MLS são norte-americanos. Trabalho de base colhe frutos nos EUA.

O Povo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário